LINDAS CALCINHAS, QUE SAUDADE! Ok, estamos há um bom tempo sumidas daqui. Mas após umas boas férias estamos voltando com tudo em 2014 e tentaremos postar de forma mais assídua apesar dessa vida atribulada e corrida.
E no meu retorno nada melhor do que falar de um dos meus assuntos preferidos: o CINEMA.
E o ano começou com uma das estreias mais aguardadas de 2013. Muito se falou do novo filme do cineasta Gus Van Sant, e muita polêmica circulou com o nome dele. Desde trailers exibidos em sessões infantis com pais correndo com suas crianças da sala de cinema até ator enviando seu video "pornô" para ser chamado pro elenco, ouviu-se e foi lido muita coisa a respeito do filme. Após todo o auê em torno do filme, Ninfomaníana - Volume 1 estreou no mês de Janeiro, há algumas semanas, e para aumentar a expectativa (e o marketing) o filme ainda foi dividido em duas partes, sendo sua continuação lançada somente no segundo semestre.
Bem, falando do filme, as tão esperadas "cenas fortes" de nudez e sexo explícito, foram inteligentemente embasadas numa história muito bem contada e dramatizada por sua protagonista Joe (Charlotte Gainsbourg - a musa de Van Sant), que após ser encontrada bem machucada por um senhor (Stellan Skarsgard) que a leva para sua casa sob seus cuidados, ouve da mulher a história da sua vida e o todo o processo e evolução de sua ninfomania. Joe, numa interpretação tocante de Charlotte, se julga uma pessoa ruim e indigna, merecedora de todos os males causados a ela, e ao ouvirmos, e assistirmos sua história nos sensibilizamos com ela. A Joe jovem, interpretada pela corajosa Stacy Martin, é a responsável pelas cenas mais polêmicas do filme. Não há como não se chocar com a entrega da jovem atriz em cenas tão reais (literalmente) e explícitas. Fazer o que ela se expôs a fazer abertamente e na frente de todos é sim bastante corajoso. Shia LaBeouf também deu o seu recado no quesito "desprendimento" ao interpretar o único amor da personagem.
O que incomodou um pouco no final dessa primeira parte foi a contradição dos sentimentos que Joe dizia ter, muito bem passados e traduzidos através do tesão e paixão transmitidos na cena com Jerôme (LaBeouf) com a revelação que ela faz no final (o que não pareceu nem um pouco nos momentos anteriores). Mas sabendo que a cena foi "real" deve ter sido bem difícil para ela disfarçar qaulquer sentimento ou sensação né...bom, vamos deixar para daqui a alguns meses o desenrolar dessa história para tentar entender.
Ainda falando de polêmica, dessa vez familiar, tivemos a estreia de Álbum Família, que a meu ver foi até mais chocante que Ninfomaníaca. O filme não tem pintos e vaginas, mas os temas ali tocam bem mais profundamente.
Com um quê de Nelson Rodrigues (não, o filme não tem nada a ver com o livro homônimo do autor - o nome original dele inclusive não tem nada a ver com a tradução, August: Osage County) a história aborda questões familiares fortes através de uma mãe viciada em drogas (Meryl Streep, em mais uma interpretação avassaladora) que reúne suas filhas para o velório do marido e pai, após o corpo dele ser encontrado depois de ter desaparecido. O filme deu a Meryl e a Júlia Roberts (que interpreta Barbara, a filha mais velha da matriarca) a indicação ao Globo de Ouro de melhor atriz e melhor atriz coadjuvante, respectivamente, e ambas também estão concorrendo ao Oscar nas mesmas categorias. Se Meryl vai levar de novo a estatueta eu não sei, mas que ela se superou ao interpretar a viúva Violet, ah ela se superou, se é que ainda isso ainda era possível depois de tantos personagens inesquecíveis. Julia Roberts também emociona e é totalmente digna das indicações, fazendo de Barbara uma grande personagem. A primogênita, que é a que mais bate de frente com a mãe problemática e ao mesmo tempo tem uma relação um pouco triste com as irmãs nos faz ir a lágrimas e profundas reflexões. Não só ela, todos os personagens são extremamente sensíveis e levam o público a refletir. Aliás a história em si já é assim por sim só, sem leveza, forte e pesada a todo momento, não te dando uma brecha para sorrir. Quando você consegue respirar, vem um baque logo em seguida. Definitivamente, é um filme que te faz sair do cinema pensando. Juliette Lewis e Edwart Norton também completam o elenco de estrelas. Vale muito a pena assistir!
E ainda na corrida ao Oscar, O Lobo de Wall Street nos oferece uma reflexão sobre o dinheiro e o poder, e como ele pode transformar - e derrubar - a vida de uma pessoa. Leonardo DiCaprio interpreta o protagonista Jordan Belfort - o ator já levou um Globo de Ouro pelo papel e está concorrendo ao Oscar de melhor ator - conseguindo dar todo o brilho a este jovem irresponsável, que enriqueceu como corretor da bolsa de valores, porém de uma forma um tanto desonesta e insensível. Em pouco tempo ele fez de si e seus sócios homens milionários, sem pensar nas consequências, o que deixou o FBI na sua cola e de sua empresa. Matthew McConaughey está brilhante em uma rápida interpretação, como o mentor de Jordan, Mark Hanna, que ainda no início da carreira do garoto, o ensinou a melhor (ou pior) forma de enriquecer no ramo da Bolsa de Valores.
O filme concorre a 5 categorias no Oscar, incluindo melhor filme, melhor diretor (Martin Scorsese), e melhor ator coadjuvante (Jonan Hill, que interpreta o melhor amigo de Jordan, Donnie, que fundou a empresa com ele, e pela sua falta de inteligência, apronta as maiores besteiras e danos a Jordan). No final das contas, o filme mostra o perigo da falta de limites e como o dinheiro e poder, podem subir a cabeça de uma pessoa, tirando seus escrúpulos e ética, e principalmente quanto maior é a subida, maior pode ser a queda.
Por Bárbara Evelyn
* Este texto também foi publicado no site www.programaarteemfoco.com
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